Leia aqui um trecho de "o diário de uma bipolar: a vida nos extremos", de Georgia Tannuri:
Aquele deveria ter sido um domingo festivo e feliz, mas acabou sendo o pior dia da vida da perita policial Giovanna Lattone. Simplesmente tudo aquilo que ela havia construído na sua trajetória iria desmoronar, sem que Giovanna pudesse tomar qualquer atitude.
Foi na manhã do dia 29 de julho de 2017, data do seu décimo quinto aniversário de casamento. O companheiro da perita, Genílson – também policial - retornou do plantão e a encontrou num estado deplorável. A bela mulher de cinquenta anos, insone havia quatro dias, sequer se lembrava do aniversário da união. Nua, os braços roxos, tinha quebrado a casa toda. Histérica, queria calar sua mãe, Laís, a todo custo. Nem que para isso tivesse que matá-la.
Armada de um caco de vidro do espelho espatifado no chão segundos antes, partiu para cima da mãe determinada a abafar a voz que não suportava mais ouvir. Vítor, o caçula de Giovanna, e Genílson conseguiram, a muito custo, segurá-la. No entanto, bastava que Gi ficasse um pouco mais calma para que Laís retomasse a aporrinhação no ouvido dela, o que, instantaneamente, a levava a mais um ataque de fúria.
Giovanna e sua mãe nunca desfrutaram de um exemplo de relacionamento, mas desde que Laís inventou uma depressão para se enfiar na casa da filha, tudo piorou a um grau indescritível. Ela transformou a vida da perita num inferno.
o diário de uma bipolar: a vida nos extremos, de georgia tannuri
Georgia Bastos Tannuri, 56 anos, é escritora e perita criminal da polícia civil. Ela começou escrevendo textos aleatórios sobre a própria vida e mais tarde, estimulada por uma amiga e pela sua psicóloga, resolveu escrever O Diário de uma bipolar: a vida nos extremos. O resultado a surpreendeu de maneira positiva, então escrever, para Georgia, passou a ser uma necessidade básica.