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Leia aqui um poema de "o frio das minhas cinzas", de Aracê e Maratus:

 

LARGADA NO CHÃO

 

Escalava

A parede áspera

E não sentia.

Imune…

A lagarta.

 

As formigas

Em furacão

Voavam,

Coitadas,

Caíam como nada

E explodiam

No chão

E ventava…

A aranha

Tão formosa

Caiu e ali

Deixou de ser.

O verde…

O líquido

Esparramado.

Lá em cima

Já na parede

O pequeno ser

Frágil por ora…

A lagarta

Que não se

Mostrava,

Escondida…

A beleza

Refletia

Só lá dentro

Em seu peito,

Encapsulada.

 

O colorido

Vivo

Irradiava

No teto

O pequeno casulo…

Formoso,

Balançava

Até que caiu

E no chão

Rompeu-se

E lá estava

Largada

No chão

Ali mesmo

O que foi…

Largada

Lagarta.

o frio das minhas cinzas, de aracê e maratus

R$ 45,00Preço
  • Aracê é uma viajante temporal, mas poeta quando convém. A poeta não existe concretamente, é a voz que vaga no corpo de um morador de Brasília. Surgiu livremente da manifestação da aurora em uma manhã qualquer da pandemia. As flores, conta Aracê, tinham um aroma tão agradável que foi suficiente para dar vontade à poetisa para nascer espontaneamente.

    Para além dela, há Maratus, fruto do ventre de Aracê. Maratus nasceu já velho, independente, esquisito por natureza. O poeta, ao nascer, tomou consciência de que queria se isolar de tudo e de todos, mas não por ódio ou enjoo perante a humanidade, como diz o clichê. Na verdade, o poeta, apaixonado pela natureza, em um ato de liberdade, se isolou na Mata Atlântica e por lá ficou, sem ressentimento, apenas pelo amor, pelos cantos de seus amigos pássaros e pelo cultivo das flores em seu coração.

    No plano da existência, Aracê e Maratus encontram morada em Marcos Nasarét, morador de Brasília, estudante de Direito e, como os demais, poeta. Marcos se caracteriza por ser o abrigo de tantas possibilidades poéticas, o qual, por meio de sua presença orgânica, traduz para o real as imagens poéticas desenvolvidas por seus heterônimos.

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